sábado, 2 de outubro de 2010

música e historicismo

A música tem um especial interesse pelo historicismo. Recentemente, um músico "experimental" babalado, mas cuja música é, em geral,  bastante chata e fraca, disse que hoje não faz mais sentido a figura do compositor, um indivíduo sensível, especial e dotado, e que o que conta é misturar coisas do momento e praticá-las ao vivo. quanto ao compositor especial, ele tem razão. quanto ao trabalho de composição, está redondamente equivocado. Ele é mais um que prega o real time shit: outro frequente sorriso demente do presente...(Mandelstein). Mas muito além da picaretagem, o que é interessante é que mesmo alguém que desconsidera a figura do compositor hoje (sendo que há muita gente criando coisas vivas de fato em composição!), ainda coloca a questão em termos históricos. Isso é engraçado no caso da música. Algo que as outras artes parecem ter deixado há muito tempo, esta preocupação e esta importância histórica do que se faz, este colocar-se na história. Sempre pensei que isto vinha das breguices biográficas dos grandes gênios, mas acho que vai muito além, no caso da música. Penso que vem do fato de ela ser algo tão efêmero, de não ser um objeto que dura no tempo....fico com a hipótese, por enquanto.

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