“Aceita essas amoras? São do meu jardim!”
Sua casa parece um refúgio campestre escondido em plena capital. Uma cadeira de balanço, uma enorme folha seca da Amazônia, e um cocar são apenas minúcias entre imagens de todas as religiões, esculturas, quadros e algumas porcelanas chinesas. Mas a ostentação parece ausente da sua trajetória. Vestida de tricô, jeans délavé e sandálias de dedo, é tão simples que esconde o refinamento de quem vive cercada de luxos.
Harmonia só é possível para alguém que torna o requinte um mero detalhe. Na adolescência, cogitou ser amazona (atualmente, a paixão por cavalos e a equitação seguem como hobby). Deixou de fumar há tempos, mas, de certa forma, tudo onde vive é assim, meio old times, como o cigarro de palha o qual não resiste vez ou outra. “Talvez eu seja meio caipira, não?” Silêncio. Seria brejeira? Ela refuta. “Eu só gosto de simplicidade”.
Entre os períodos sabáticos na França e Nova Zelândia, já são dez anos que mora sozinha. A independência é revelada numa pequena – mas deslumbrante – coleção de insetos em resina, outra de sementes e até uma cabeça de gnu, que trouxe de sua última viagem a Paris, cidade que visita ao menos duas vezes por ano. E se o lugar onde vive é repleto de histórias e sentimentos, o closet guarda surpresas de fazer chorar muita lulu experiente. “Amo sapatos, mas o que me resume são as botas, e as melhores são as italianas. Sou virginiana, detalhista, quero ainda muito mais”. Raramente usa maquiagem, só carrega algumas jóias, um anel e correntes de ouro, presentes do namorado. Pretende se casar? “Eu acho uma ilusão a mulher pensar que vai se realizar apenas no trabalho. Acredito que a mulher só é completa com a família, com os filhos. Sou defensora da paixão. O amor é piegas, não?” Imagina, dear, o romantismo é raro e lindo.
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