sexta-feira, 18 de março de 2011

Facebunda do capital

Depois de sentir violência moral um tanto boba, percebí porque não gosto do facebook.
Ele é a face do próprio capital atualizado (ou uma das suas formas de vida mais pavorosas).
Ali circula informação como um capital cultural entre escolhidos. Veja minha vida, veja
como curto coisas, tenho amigos, sou engajado etc ok (mas muito embora: não posso odiar nada
nem mostrar a verdade mais crua e direta sem ser considerado um
terrorista (daí ser uma arma tão forte do capitalismo atual).
Daí seu sucesso: se tem alguma face, é a do próprio capital atual.
Se ele independe de governos e provoca swarmings políticos,
ele apenas direciona estas energias ao modelo de democracia que bem conhecemos.
Mas isto seria considerado esquerdismo tonto...claro.
A participação de grupos e de diálogos se torna uma espécie de moeda moral
e existencial. O fluxo é diferente e contínuo, daí o sucesso. Orkut não tinha este fluxo capitalizador...
Tudo circula rápido o suficiente para virar esquizofrenia de vitrine e de esquecimento.
Em geral, o êngodo vira marca de classe média alta sem muito noção
do que é trabalhar fora da sua própria "realidade"de relações (democráticas?). Democracia de
eleitos por comadrismo protegido num mundo feito de linguagem,
ou seja, suave e doce como as brioches de algum um tempo atrás...



Nenhum comentário:

Postar um comentário