sábado, 19 de setembro de 2009

O Anticristo tem seus grandes momentos de expressão. O Prólogo e o Epílogo, regados com a pungente e insubstituível Lascia ch'io pianga  de Haendel, exibe cenas PB e em câmera lenta com grandes detalhes e sutilezas. Interessante que o contraste nos lembra o efeito que muitas propagandas buscam com a mesma técnica de imagem em alto detalhe, preta e branca e com câmera lenta, mas sem nunca atingir o teor humano de um Lars von Trier. Incrível constatar como a leveza delas  pode se associar também com esta "tradição" da imagem épica na publicidade. O filme caminha com grandes atuações mas também com suas fraquezas de percurso, normal...A raposa falante não convence, por exemplo. William Defoe está excelente, Charlotte Gainsburg também. O peso das cenas de mutilação não é tão chocante nos dias de hoje, mas na hora H....já a carga da existência dilacerada é muito pior: seu fluxo contínuo é moldado com grande propriedade. Lars von Trier continua firme e forte, criando momentos bastante sublimes.




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