quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
mauá - desbunde
Visconde de Mauá continua um pequeno paraíso, como se fosse um país miniatura fundindo três estados, três sotaques. Mesmo que sua estrada de acesso dê algum medo com as chuvas, mesmo que sua imponência hídrica se torne algo comum ao viajante e ao morador local, ao trillhar ramificações tão generosas. Qualquer artificialismo do comércio não impede a glória e a dádiva dos banhos, das plantas e dos animais nos locais mais simples e afastados. Ali, a vida pode se tornar sempre presente, um presente respirado de prazer, tanto no sentido objetual quanto temporal. Àqueles que puderem visitar, uma dica é alugar, por exemplo, um chalé do Mineiro, lugar extremamente honesto, no vale de Santa Clara. Pequenas casinhas em meio a uma linda orquestração de bichos e plantas, próximas a lindas cascatas. Quero morar num local assim um dia.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Almeida Prado professor
Há duas semanas morreu um dos nossos melhores compositores, Almeida Prado.
Se a produção é grande e oscila bastante, o que fica forte na minha memória é sua sensação de fé na criação, no sentido amplo de ambas as palavras, e muito além de seu catolicismo fervoroso ou da música.
Existe um certo consenso de que as Cartas Celestes formam sua obra mais
expressiva, mas talvez seja simplesmente a mais impressionante, pelo fato de ter sido um pianista excelente. Era uma pessoa bastante engraçada e apaixonada. Grande contador de histórias.
Suas aulas eram geralmente shows ao piano, histórias vividas, com bem pouca prática de escrita.
Ele mostrava que, de alguma forma, é no nosso "âmago" que a composição deve nascer, não das aulas
de um professor.
Enquanto os pianistas mais ortodoxos sempre observavam que suas Cartas
viravam outra coisa a cada vez que tocava, pouco a ver com o que havia escrito,
os estudantes de criação viam isto com olhos diferentes, viam diante deles que o processo de criação
é basicamente isto.
Nunca me esqueço da sua descrição do anjo da guarda, pois descreveu o que eu havia visto antes, tendo por testemunha meu grande amigo Cesar B. Isto foi motivo de duas semanas de piração pessoal.
O que mais nos marcava não era algum aprendizado de composição, mas um aprendizado de como viver
a criação musical de forma devocional e apaixonada.
Fica aqui nosso sentimento e nossa admiração.
Se a produção é grande e oscila bastante, o que fica forte na minha memória é sua sensação de fé na criação, no sentido amplo de ambas as palavras, e muito além de seu catolicismo fervoroso ou da música.
Existe um certo consenso de que as Cartas Celestes formam sua obra mais
expressiva, mas talvez seja simplesmente a mais impressionante, pelo fato de ter sido um pianista excelente. Era uma pessoa bastante engraçada e apaixonada. Grande contador de histórias.
Suas aulas eram geralmente shows ao piano, histórias vividas, com bem pouca prática de escrita.
Ele mostrava que, de alguma forma, é no nosso "âmago" que a composição deve nascer, não das aulas
de um professor.
Enquanto os pianistas mais ortodoxos sempre observavam que suas Cartas
viravam outra coisa a cada vez que tocava, pouco a ver com o que havia escrito,
os estudantes de criação viam isto com olhos diferentes, viam diante deles que o processo de criação
é basicamente isto.
Nunca me esqueço da sua descrição do anjo da guarda, pois descreveu o que eu havia visto antes, tendo por testemunha meu grande amigo Cesar B. Isto foi motivo de duas semanas de piração pessoal.
O que mais nos marcava não era algum aprendizado de composição, mas um aprendizado de como viver
a criação musical de forma devocional e apaixonada.
Fica aqui nosso sentimento e nossa admiração.
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