terça-feira, 30 de março de 2010

Karaoke

Um filme da Malásia chamado Karaoke é sinistro, revelador no bom sentido. Ele percorre ambientes sombrios e de pequenas luzes coloridas, sensações de alma comuns a todos hoje. O karaoke poderia ser visto como um reflexo distorcido de uma condição atual: a necessidade de sentir-se como marca de um lugar momentâneo, marca passageira por onde possamos nos sentir parte e todo em algum ponto da vida, bem longe do canto territorial da lavadeira, do canto do trabalho sistemático. Ele funda uma condição diferenciada, uma espécie atual de direito, onde o potencial kitsch é necessário, não apenas suficiente.

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